Técnico do Ipea avaliou propostas para 11 novos estados na Amazônia.
Seis deles precisariam de mais da metade do PIB para gastos públicos.
Para chegar a esta conclusão, o pesquisador estimou qual seria o gasto público para a manutenção de cada novo estado, partindo de um mínimo anual fixo de R$ 832 milhões, acrescido de R$ 564,69 por habitante e R$ 0,075 por real do PIB estadual.
O resultado foi que pelo menos 5 dos 11 estados propostos na Amazônia teriam maior gasto público que o próprio PIB (os números citados pelo pesquisador são referentes ao ano de 2005). O caso mais gritante é o do estado do Rio Negro, proposto para ser criado na região de São Gabriel da Cachoeira (AM), cujo gasto público estadual chegaria a 347,33% do PIB. Um sexto estado, Juruá, gastaria 63,96% para manter estrutura independente.
Os estados do Rio Negro e do Juruá são parte do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 1.217/2004, já arquivado, que dispunha sobre a criação de dez novos estados - cinco no Amazonas, três no Pará e dois em Mato Grosso.
Assim, o Amazonas seria repartido em seis estados: o próprio Amazonas e os
estados do Rio Negro, Solimões, Uirapuru, Madeira e Juruá.
Segundo explica Boueri, os estados propostos no território amazonense são todos formados por poucos municípios, mas de grandes dimensões, e teriam todos baixo PIB - somados mal chegariam a 10% do PIB atual do Amazonas.
O Pará também seria dividido se o PDC 1.217/2004 tivesse sido aprovado, resultando em quatro estados – o próprio Pará, reduzido a cerca de 25% de sua
área original, Carajás, Tapajós e Xingu. As novas unidades da federação somadas, ficariam com um terço do PIB paraense e com 29% da população do Pará, segundo Boueri.
O último estado contemplado pelo PDC 1.217/2004 foi Mato Grosso, que
daria origem outros dois estados: Araguaia e Aripuanã. Um outro projeto de decreto, apresentado em 2000 e também já arquivado, propôs a criação de Mato Grosso do Norte, que ocuparia uma área de 30% do total de Mato Grosso atual. Sua população seria de 690 mil habitantes e seu PIB de cerca de R$ 8,95 bilhões, pouco menos de 20% do PIB de Mato Grosso.
Fonte: www.globoamazonia.com
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