Ya ocurrió una vez. Del Bosque Atlántico, que abarcaba la costa brasileña desde Rio Grande do Sul hasta la de Ceará, solo tenemos hoy entre el 5% y 8%, según la estimación más optimista.
Ya ocurrió una vez. Del Bosque Atlántico, que abarca la costa brasileña de Rio Grande do Sul a la de Ceará, solo tenemos hoy entre el 5% y 8% en la estimación más optimista. Es que la Amazonia está bajo ataque. Lejos de los centros más desarrollados, la selva amazónica se mantuvo casi intacta hasta hace treinta años. En las últimas tres décadas, sus árboles han sufrido más bajas que en los últimos cuatro siglos. No es una causa perdida.
El Amazonas, el más rico y el más grande bosque tropical del mundo, un territorio único por su indescriptible variedad de flora y fauna, se extiende por nueve países de América del Sur, en lo que Brasil tiene la mayor parte de los bosques, el 60% del total. En la Amazonia brasileña, el río Amazonas corta de punta a punta a la Amazonía y la empapa por medio de sus más de 1.000 de sus afluentes; ahí caben catorce o veinte Alemanias e Inglaterras juntas.
Dos fenómenos aparentemente contradictorios coexisten en la biología de la Amazonía. Existe una insuperable cantidad de especies, pero relativamente pocos ejemplares dentro de cada uno. Esto se aplica a los árboles o los peces. En una superficie relativamente pequeña es difícil encontrar tres árboles de la misma familia. Debido a la gran dispersión de los árboles, los serigueros deben caminar kilómetros y kilómetros en el bosque para encontrar arboles de caucho.
Já aconteceu uma vez. Da Mata Atlântica, que cobria a costa brasileira do Rio Grande do Sul até o Ceará, só restam hoje entre 5% e 8%, na estimativa mais otimista. Agora, é a Amazônia que está sob ataque. Distante dos centros mais desenvolvidos, a Floresta Amazônica permaneceu quase intocada até trinta anos atrás. Nas três últimas décadas, suas árvores sofreram mais baixas do que nos quatro séculos anteriores. Não é um caso perdido. A Amazônia ainda está sob ocupação humana das mais ralas e há regiões com a dimensão de países europeus que continuam intactas.
Ainda se pode viajar dez horas no Rio Negro, um dos maiores da Amazônia, sem cruzar com mais de quatro ou cinco barcos e sem ver movimentação nas margens, a não ser por uma dúzia de casebres solitários. Mas em regiões economicamente mais atraentes, lugares que já são ocupados por vilarejos e cidades, o ataque à floresta é brutal.
Desde o fim dos anos 60, quando começou essa cruzada de extermínio, uma capa vegetal com área maior que a da França já desapareceu na Amazônia, pela ação do fogo ou da motosserra. Não há registro de extinção de espécies animais na região. Mas as alterações do meio ambiente, a caça predatória e a pesca centralizada nos peixes preferidos pela culinária local ameaçam um zoológico inteiro de desaparecer para sempre. Dezenas de mamíferos e répteis estão na lista das espécies
Em breve, o pirarucu, maior peixe amazonense, pode fazer parte das espécies ameaçadas. Aos poucos, mas ininterruptamente, a Amazônia está sendo comida pelas queimadas, pelo furor das serrarias, pela poluição descontrolada dos garimpos e pela instalação de fazendas de gado em várzeas que funcionam como berçários de peixes. O Brasil nunca retomou o vigor destrutivo dos anos 80, quando o país se tornou um pária internacional da ecologia, mas atualmente a floresta está desaparecendo ao ritmo aproximado de um território como o de Sergipe a cada ano e meio. A pergunta a se fazer é: por que e para quê?
A Amazônia, a mais rica e a maior floresta tropical do mundo, um território único pela variedade indescritível de sua flora e fauna, estende-se por nove países da América do Sul, dos quais o Brasil fica com a maior parte da mata, 60% do total. Na Amazônia brasileira, cortada de ponta a ponta pelo Rio Amazonas e empapada por mais de 1.000 de seus afluentes, caberiam catorze Alemanhas ou veinte Inglaterras. Não há outro lugar no mundo com tamanha variedade de espécies de pássaros, peixes e insetos. Numa área insignificante da mata tropical brasileira, uma extensão que se cruza a pé em algumas horas, existe mais diversidade de plantas do que em toda a Europa.
Quando um estrangeiro pensa no Brasil, é provável que a primeira associação que faça, antes do futebol ou do samba, seja a floresta tropical. Quando um brasileiro pensa em si próprio em oposição a outros povos, também coloca a Amazônia como um dos mais irresistíveis símbolos de sua nacionalidade. Pois bem: como está sendo tratada essa província ecológica tão admirada dentro e fora do Brasil? "À medida que o novo século se aproxima, a Amazônia está sendo transformada por desmatamento, crescimento urbano, mineração, represas e uma exploração generalizada de seus recursos naturais", lê-se num dos melhores trabalhos já escritos sobre a região, Enchentes da Fortuna, de dois pesquisadores americanos que lá viveram, Michael Goulding e Nigel Smith, e de um especialista do Banco Mundial, Dennis Mahar. Toda a destruição está acontecendo em uma região que Goulding considera "a maior celebração da diversidade do planeta".
O viço da floresta e a quantidade absurda de líquido que por ela escorre, um quinto da água doce do planeta, estimularam a crença falsa de que a Amazônia é um celeiro inesgotável. Criou-se, sobre a Amazônia, o mito da superabundância, que persiste desde a chegada dos primeiros europeus, há quase 500 anos. A verdade é outra. O solo da Amazônia, argiloso ou arenoso em sua maior parte, é fraquíssimo. As árvores se nutrem do próprio material orgânico que cai ao chão. Galhos, folhas, flores, frutos, vermes, insetos, fungos tudo isso se desprende das copas e se amontoa no solo. O material apodrece, desfaz-se na terra e é sugado pela teia superficial das raízes. O chão da Amazônia não é o reservatório em que as plantas vão buscar os nutrientes, como acontece em outras regiões. Na maior floresta do mundo, o solo é só o lugar onde as árvores se apóiam fisicamente, nada mais.
Retirada a capa verde, a terra não tem força para reerguer sozinha uma nova mata. A chuva tem um mecanismo parecido. A Amazônia só existe porque chove muito na região. Metade dessa chuva vem do Oceano Atlântico. A outra metade resulta da evaporação do suor da floresta, um fenômeno que os especialistas chamam de evapotranspiração. Cortando-se a cobertura vegetal, a chuva será reduzida pela metade e, nesse ponto, ninguém sabe o que acontecerá. "A região depende da manutenção de sua cobertura florestal e, sem ela, se estabelecerá um desequilíbrio, cujas conseqüências, no momento, são imprevisíveis", escreve Luiz Emydio de Mello Filho, professor de botânica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em um livro de fotos e artigos científicos sobre a floresta, Amazônia Flora e Fauna. É só a partir de uma determinada quantidade de desmatamento que a floresta perderá a capacidade de auto-regeneração. Uma das coisas que os cientistas não sabem é em que lugar está situado esse ponto sem volta. Enquanto isso, a motosserra vai limpando o terreno. O barulho que a serra faz na floresta é muito alto. Mas, entre as autoridades responsáveis pelo meio ambiente, parece que todo mundo está usando protetores de ouvido.
Dois fenômenos aparentemente contraditórios convivem na biologia da Amazônia. Lá existe um número insuperável de espécies, mas relativamente poucos exemplares dentro de cada uma. Isso vale para árvores ou peixes, indiferentemente. Num espaço equivalente a um quarteirão é difícil encontrar três árvores da mesma família. Em razão da grande dispersão das árvores, os seringueiros precisam andar quilômetros e quilômetros na mata. Cada seringueira fica a 100,
Existe, na Amazônia, uma variedade incomparável de peixes, provavelmente umas 3.000 espécies no total, quinze vezes mais do que em todos os rios da Europa, mas o número de pirarucus ou de tambaquis representa uma fração da quantidade a que chegam certos tipos de peixes marítimos. Na base da cadeia alimentar dos oceanos há mais nutrientes do que nos rios, para começar. E esses nutrientes são pouco afetados pela intervenção do homem. Nos rios amazônicos, ao contrário, o homem já tem um efeito negativo visível sobre a fonte básica de alimentos, toneladas de frutos e sementes que as enchentes vão buscar nas florestas alagáveis durante os ciclos da chuva. Entre Manaus e o Rio Xingu, uma extensão de
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