segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Desafiando o Rio-Mar: Coari, uma cidade a todo gás

Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”.

(Henry Ford)

Por Hiram Reis e Silva (Coari, AM - 10 de janeiro de 2009)

- Coari

 A capital amazônica do gás natural se debruça sobre as águas do Rio Solimões entre os Lagos de Coari e Mamiá. Sua herança indígena está arraigada na diversidade e na força dos índios Catuxy, Irijus, Jumas, Jurimauas, Passés, Purus, Solimões, Uaiupis, Uamanis e Uaupés. O primeiro núcleo de povoamento foi uma aldeia indígena fundada no início do século XVIII pelo padre jesuíta Samuel Fritz, com a mesma denominação do rio que banhava o pequeno povoado. Segundo Ulysses Pennafort, o termo Coari vem das palavras indígenas 'Coaya Cory', ou 'Huary-yu', que significa respectivamente 'rio do ouro' e 'rio dos deuses'. A denominação dada ao rio estendeu-se ao lago e, posteriormente, ao município.

Sobre as índias (trecho de autoria do padre João Daniel em 'Tesouro Descoberto': 'Algumas fêmeas a que além de suas feições lindíssimas, têm os olhos verdes e outros azuis com uma esperteza e viveza tão engraçadas que podem ombrear com as mais escolhidas brancas'. Na época, os portugueses já haviam miscigenado com as aborígines, embora durante muito tempo este ato fosse repudiado e proibido pela igreja, que não os consideravam como humanos. No entender de João Daniel, estas índias deveriam ter origem diversa dos demais povos da floresta, não admitindo que os portugueses pudessem estar contrariando a determinação da igreja.

Em 1759, a aldeia é elevada a Lugar com o nome de Alvelos. Em 1833, foi o Lugar Alvelos elevado à Freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora Santana. Em 1854, a sede da freguesia foi transferida para a foz do lago de Coari. Em 2 de dezembro de 1874 foi elevada a vila, em 2 de agosto de 1932 a Vila de Coari é elevada a categoria de cidade. Em 1890 é instalado o termo judiciário de Coari e em 1891 é criada a comarca de Coari. Em 1913 é suprimida a comarca de Coari, ficando seu Termo Judiciário subordinado a Tefé. Em 1916 é reinstalada a comarca de Coari, continuando o Termo Judiciário subordinado a Tefé. Em 1922 é suprimida novamente a comarca e em 1924 restaura-se definitivamente a comarca de Coari, compreendendo os Termos de Coari, Manacapuru e Codajás. Em 1932 Coari é elevada à categoria de cidade.

A cidade conhecida anteriormente pela produção de banana, hoje se destaca por produzir petróleo e gás natural na região de Urucu. O gasoduto vai ligar a província produtora ao mercado consumidor localizado em Manaus, a 450 km de distância, tem a previsão de conclusão e início de operação para o 1º semestre de 2009.

- Amazônia e o petróleo 

A exploração da Província Petrolífera do Rio Urucu iniciou em 1988, dois anos após a descoberta do primeiro poço. A reserva estimada é de mais de 70 milhões de barris de óleo e quase 300 milhões de barris de gás natural, que representam um quarto das reservas nacionais. O início da exploração data de 1917, quando o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil realizou as primeiras sondagens.

Coari é o segundo PIB do Estado, graças aos royalties pagos pela Petrobras ao município do gás natural. A enorme jazida descoberta a cerca de 3 mil metros abaixo do solo fez com que a Petrobrás implantasse em suas terras a Província Petrolífera do Rio Urucu, viabilizando a prospecção, o transporte e o escoamento do produto até o Solimões e, de lá, para a Refinaria de Manaus (Reman).

Desde o primeiro poço, construído em 1986, até hoje, Coari teve seu PIB maximizado. Hoje está girando em torno dos R$ 20 milhões em royalties transferidos pela Petrobrás ao município, além de R$ 1 milhão pago como prêmio ao grande volume de produção ou rentabilidade. É o município, com exploração continental, que mais recebe royalties, perdendo apenas para os da região da bacia de Campos.

O valor dos royalties relativos à exploração de petróleo e do gás natural é repassado à Secretaria do Tesouro Nacional. O valor depende de fatores como riscos geológicos e expectativas de produção, mas gira entre 5% e 10% do total da produção durante um mês. A Agência Nacional do Petróleo é quem apura o valor devido aos beneficiários e garante o pagamento, que é dividido entre estados e municípios produtores.

- Coari a todo gás

Apenas nos últimos anos, na administração do prefeito Manoel Adail Amaral Pinheiro (PL), é que grandes projetos e obras tem sido levados a efeito com estes recursos. Os royalties têm sido aplicados na manutenção de uma série de projetos sociais, entre eles o centro de convivência do idoso, barcos do cidadão, distribuição de enxovais para mães carentes, pavimentação de ruas, ginásios desportivos, escolas, construção de casas populares, eletrificação e saneamento básico. A cidade se destaca dentre todas no norte/nordeste do país. Conforme as próprias palavras do prefeito, Coari deu um 'salto econômico e social' de fazer inveja a todos os municípios do pais. Quiséramos nós que os investimentos oriundos dos royalties fossem sempre aplicados na educação, saúde, segurança e moradias populares.

Visitando a cidade, pode-se verificar a qualidade das obras realizadas pela prefeitura, sempre acompanhadas de um tratamento paisagístico adequado. O asfaltamento das ruas e a beleza dos parques e jardins realmente tornam Coari uma pérola incrustada em plena hiléia. A administração relatou-nos que está em andamento um projeto de revitalização do porto e a retirada das palafitas da beira do lago, transferindo os moradores para casas populares.

- Hospitalidade Coariense

Desde que chegamos, à cidade, a cordialidade com que fomos tratados foi marcante, tanto pela Polícia Militar do Amazonas, na pessoa do seu comandante o senhor Major Denildo Lima Brilhante, pela Prefeitura de Coari - representada pelo secretario do Meio Ambiente e Turismo, senhor Alvimar da Costa Monteiro, e o secretário dos esportes, senhor Joabe de Lima Rocha - e pela UAB (Universidade Aberta do Brasil), cuja coordenadora senhora Eliana de Menezes Salgado gentilmente nos abrigou.

O Major Denildo foi nosso guia turístico, nosso interlocutor com as demais autoridades e, principalmente, um amigo com quem pudemos contar em todos os momentos. Os secretários deixaram de lado seus afazeres para atender nosso desejo entrevistá-los e de conhecer o Lago Coari e fotografá-lo; a senhora Eliana da UAB, além de nos abrigar, permitiu que usássemos os computadores da Universidade.

Gostaríamos de deixar aqui registrado nosso agradecimento ao apoio incondicional que recebemos dos amigos mencionados anteriormente, sem o quê nossa pesquisa seria bastante dificultada.

Desafiando o Rio-Mar: Laranjal/Coari

Por Hiram Reis e Silva (Coari, AM - 08 de janeiro de 2009)

- Largada para Laranjal

Saímos às 06:05 do Lago Ipixúna sem guardar boas lembranças da comunidade que, apesar de se chamar ‘Divino Espírito Santo’, não prima muito pelo espírito cristão em termos de amparo aos que a ela acorrem procurando abrigo. Forçamos um pouco o ritmo e chegamos a Laranjal, por volta das 12:00 horas, após avistar uma enorme samaúma às margens do Solimões. Laranjal tem seu nome ligado a uma grande plantação de laranjeiras que já não existe no local.

Cheguei procurando, como de praxe, pelo administrador rural, o senhor Everaldo, conforme nos informara seu João, do lago Ipixúna. O senhor Idelfonso nos recebeu e informou que o líder da comunidade não se encontrava no local, mas que o vice faria contato conosco. Senti uma certa desconfiança nos olhos do velho homem que nos incentivava a prosseguir sem parar até Coari. A resistência de seu Idelfonso tinha uma razão de ser: anos antes eles haviam se envolvido com traficantes que se abrigavam na comunidade, fazendo com que a polícia de Coari fichasse diversos de seus membros por envolvimento deliberado com os meliantes.

Informei de que nossa intenção era pernoitar na comunidade e, depois de muita conversa, fomos acomodados no Centro Comunitário. Armei a barraca e arrumei as coisas, tomei um banho e depois fomos almoçar na casa do Idelfonso, a seu convite, o qual, já nos conhecendo melhor, tornou-se bastante amistoso. O contato com o decano e com sua família foi bastante agradável.

- A vingança da Samaúma

A primeira visão que se tem da comunidade, quando se desce o rio, é de uma exuberante samaúma com suas enormes sapopemas que lembram os véus de uma deusa da floresta. Existiam três na região; a maior delas foi criminosamente abatida para ser vendida e transformada em compensado. Uma árvore magnífica como esta deveria ser tombada como patrimônio e, nunca, utilizada para comercialização.

O senhor Idelfonso construiu um barco à sombra de uma imponente samaúma próxima a sua casa. O barco ficou pronto e permaneceu no local da construção. Em uma determinada noite a vingança ocorreu. A samaúma despencou um de seus mais frondosos galhos, esmigalhando o barco e vingando a irmã derrubada pela comunidade.

 - O Jacaré Crocodiliano

Idelfonso contou que todas as noites um enorme jacaré, de seus mais ou menos sete metros de comprimento, cruza o Solimões rumo a Coari. A história foi confirmada pelos demais membros da comunidade e em Coari ouvimos diversos relatos a respeito de animais do mesmo porte. O Major Denildo, da Polícia Militar de Coari, nosso amigo e guardião, relatou ter visto com os próprios olhos, na casa de um ribeirinho às margens do Nhamundá, um couro de jacaré destas proporções.

- Largada para Coari

A noite foi de temperatura bastante agradável e teria sido perfeita não fosse o fato de um bezerro apartado da mãe ficar mugindo a noite inteira. Acordamos ao alvorecer, nos despedimos da família amiga que tão gentilmente nos acolhera e partimos. Paramos no Terminal Solimões, da Petrobras, próximo a Coari, e fomos tratados com total indiferença pelo técnico responsável, depois aguardá-lo por quase 30 minutos. Fomos orientados a procurar, logo ao lado do terminal, o representante da Consag, prestadora de serviços encarregada da construção do gasoduto. O técnico responsável mandou um recado para que procurássemos o pessoal da Consag em Coari que, igualmente e após inúmeras tentativas, não se dignou em nos atender.

Nossa intenção era a de mostrar o trabalho ambiental e social que vem sendo desenvolvido ao longo das obras de implantação do gasoduto. Infelizmente, a Petrobras e suas terceirizadas parecem querer transformar o projeto numa enorme caixa preta, tamanha a gama de dificuldades que apresentam aos que tentam mostrar as alternativas adotadas pela empresa procurando proporcionar melhoria nas condições de vida da população atingida pelas obras.

- Major PM Denildo

A navegação até Coari foi rápida em virtude da forte correnteza. Deixamos os caiaques no Flutuante da Consag, por volta das 12:30 horas, seguindo a orientação de um de seus funcionários. Telefonei, imediatamente, para o 190, solicitando o apoio de nossos fiéis amigos da Polícia Militar do Estado do Amazonas. Não demorou cinco minutos e o Major Denildo estava no cais. Tomamos banho na residência do Major que, depois, nos levou até restaurante Piracuí para almoçarmos. Após o almoço, percorremos a cidade na viatura da PM e conhecemos seus principais pontos turísticos e o complexo de obras executados pela prefeitura de Coari na gestão do prefeito Adail Pinheiro. O Major conseguiu junto à senhora Eliana, coordenadora da UAB (Universidade Aberta do Brasil), que ficássemos hospedados na Universidade. A coordenadora e cada um dos membros da UAB nos receberam de braços abertos e nos franquearam o acesso aos computadores e internet.

- Coari

O Major Denildo tem sido incansável. O café da manhã regional, de 07 de janeiro, foi degustado na Greici e o Major colocou o Cabo Pereira à nossa disposição para reconhecer a cidade, realizar entrevistas e assistir a posse do secretariado do novo prefeito. No dia 08, tomamos café na Greici, passeamos pela cidade em companhia do Major Denildo e concedemos uma entrevista na Rádio Nova Coari FM. A Maria Helena chegou por volta das 10:30 e o Denildo ampliou nosso passeio turístico até o lago Mamiá.

Desafiando o Rio-Mar: Tefé/Lago Ipixúna

Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”.

(Henry Ford)

Por Hiram Reis e Silva (Coari, AM - 07 de janeiro de 2009)

31 de dezembro de 2008

O almoço do dia 31 de dezembro, chegada em Tefé, foi por conta do César: um escabeche de pirarucu, fruto do manejo sustentável. Após a refeição, fomos conhecer as instalações do Instituto Mamirauá. Ficamos impressionados em relação ao tratamento paisagístico, à parte arquitetônica e aos equipamentos que certamente justificam seu reconhecimento, junto com o corpo de pesquisadores de projeção internacional, como centro de excelência em pesquisas relacionadas ao meio ambiente e à ecologia animal.

A passagem do ano foi às margens do lago Tefé, em um lugar conhecido como ‘Muralha’, com a apresentação de bandas e queima de fogos de artifício. Encontramos apenas um conhecido na multidão, o mestre Jonas - aquele dos peixes ornamentais - que nos convidou para o almoço na sua casa.

01 de janeiro de 2009

De manhã digitei os textos que havia redigido desde o Aranapu e, depois, chamamos o Manoel, zelador do flutuante Cauaçu, que nas horas de folga é moto-táxi, para nos levar até o Jonas. Após o almoço, retornamos ao Hotel de Trânsito dos Oficias e imediatamente após nossa chegada, o César e sua simpática esposa apareceram e nos convidaram para um passeio pela cidade e arredores. É impressionante observar o dinamismo e a competência deste jovem empreendedor. Mamirauá está de parabéns por contar nos seus quadros com um profissional deste quilate e capacidade de trabalho.

02 de janeiro de 2009

Concedemos, pela manhã, uma entrevista muito bem conduzida na rádio 101 FM. Logo após a entrevista, atendendo determinação do Major Cardoso, o sargento Plínio nos aguardava nas instalações da rádio, hipotecando total apoio por parte da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, comandada pelo General de Brigada Racine Bezerra Lima Filho. Consegui então acesso ao computador do ensino a distância do Colégio Militar de Manaus e a isenção total das despesas com o Hotel de Trânsito.

À tarde, concedemos uma entrevista na Rádio Alternativa. O César já aguardava na porta para nos levar para um passeio no lago. O Walter BuonFino, que conhecêramos em Mamirauá, foi junto. O passeio foi fantástico; visitamos as praias de areias imaculadas de Nogueira e assistimos ao pôr-do-sol sobre o Lago Tefé e o documentamos, o que jamais iremos esquecer. O Walter, profissional da fotografia, dava dicas de como obter melhores fotos.

Fomos convidados pelo Walter para conhecer os amigos que o estavam hospedando: a Betina, conhecida como holandesa, e seu esposo. Não me senti muito à vontade ao saber que ambos haviam militado nas hostes do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), que tantos malefícios têm promovido em relação à soberania brasileira na região amazônica. Voltei cedo ao Hotel de Trânsito para continuar com o upload dos arquivos, que se arrastou madrugada adentro.

Largada para Caiambé

O César, mais uma vez, com sua pontualidade e cordialidade chegou às 6h horas para nos levar até o porto. Despedimo-nos do querido amigo de Tefé e partimos para nossa jornada às 6h45min. Depois de duas paradas breves, estacionamos em um flutuante de Caiambé e saí em busca de abrigo.

Hospedagem VIP

A senhora Valdecia dos Santos Silva, mais conhecida como Beti, secretária da Escola Estadual Amélia Lima, alojou-nos na sala de aula número 01, com ar condicionado, e nos franqueou o acesso às instalações sanitárias e cozinha da escola. Foi um tratamento VIP que não imaginávamos encontrar em um local tão ermo. O governo do estado do Amazonas entregou a escola em agosto de 2008, totalmente reformada e ampliada. O ar-condicionado das salas, longe de ser um luxo numa região destas, é uma necessidade. À tarde, saí pra registrar algumas imagens, subindo inclusive na caixa d’água da comunidade, enquanto o Romeu se envolvia com o remo e com a gurizada.

Largada para Catuá (alterando para Lago Ipixúna)

Partimos às 6h30min, já programando estender nossa jornada de maneira que pudéssemos abreviar em um dia o deslocamento até Coari. Eu estava resolvido a passar meu aniversário em Coari.

Jutica

Nossa primeira parada foi determinada, novamente, pelos amigos botos tucuxis, que cortaram a frente do caiaque apontando para a comunidade. Sem pestanejar, chamei o Romeu, que estava um pouco à frente, e embiquei para Jutica. Conheci o escritor e latifundiário, dono daquelas terras, Jones Cunha, que nos ofereceu um café com sucos, tapioca e pupunha além de me presentear com seu livro ‘Jutica, o brilho da terra’. Homem de visão empresarial, patriota e amante da natureza, mantém suas terras intocadas, onde os ribeirinhos se dedicam ao extrativismo. Montou uma agradável casa de hóspedes, que pretende destinar ao ecoturismo. O senhor Jones é mais um destes amazonenses que não interessam à mídia sensacionalista, a qual procura apenas mostrar aqueles que agridem a floresta.

Santa Sofia

Alongando nosso trajeto, paramos no flutuante do ‘seu’ Plínio, conhecido como Bom Fim. Filho de Paraibano, migrou com sua família do Juruá por pressão de seringalistas. Aposentado, com os filhos criados e morando em Manaus, resolveu procurar sossego no pequeno vilarejo às margens do Lago Catuá, junto com sua amável esposa Conceição que é hoje a presidente da comunidade de Santa Sofia. Um contador de ‘causos’ nato, brindou-nos com uma série interminável de experiências vividas por ele e outras tantas por conhecidos seus, sempre colocando uma pitada de humor nos seus relatos. Já nos preparávamos para partir quando nos convidou pra almoçar e, como pretendíamos alongar nosso percurso, achamos que seria bom reforçar as energias antes de continuar. Lá pelas 14h nos despedimos e seguimos destino rumo à Comunidade Esperança - a comunidade dos 162 degraus.

Esperança e os 162 degraus

Apesar de o seu Plínio afirmar que só encontraríamos Esperança depois de uma hora de remo, lá aportamos em 30 minutos. Encontramos o senhor Edson, como havia sugerido Bom Fim, que nos assegurou que o Flutuante cor-de-laranja do Jorge, à boca do lago Ipixúna, ficava a igual distância de Esperança a Santa Sofia.  O mapa mostrava uma distância três vezes superior, mas subir aqueles 162 degraus até a escolinha, pelo menos duas vezes, carregando o material do caiaque, motivaram-nos a prosseguir viagem. É impressionante como os parâmetros de tempo e espaço nessa região são erroneamente dimensionados pelos ribeirinhos, inclusive os mais experientes.

Lago Ipixúna

Chegamos ao flutuante do Jorge por volta das 16h30min horas e solicitamos que ele nos rebocasse até a comunidade Divino Espírito Santo no interior do lago. O administrador rural, inicialmente, apresentou-nos um local para acampar, sem quaisquer condições de higiene. Depois da intervenção de seu irmão, um ‘leigo’ coordenador da pastoral, a chave do quarto dos professores da escolinha ‘milagrosamente’ apareceu. A única vantagem do ambiente em relação ao anterior era a privacidade.

O senhor João, de quem compramos um refrigerante, convidou-nos para jantar na sua residência. Ofereceu-nos um jantar à base de peixes e nos informou que em Laranjal teríamos abrigo no Centro Cívico e que lá procurássemos o senhor Everaldo.

(*) Coronel de Engenharia; professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Rua Dona Eugênia, 1227

Petrópolis - Porto Alegre - RS

90630 150

Telefone:- (51) 3331 6265

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