Um tcheco e cinco PMs foram presos durante a operação. A Polícia Federal (PF)desarticulou nesta quarta-feira (11) durante a operação Oxossi, uma das maiores quadrilhas internacionais de tráfico de animais silvestres. O grupo contrabandeava e vendia espécies em extinção para o Rio e de Janeiro e para a Europa, informou a PF. Entre os 72 presos há cinco policiais militares que efetuavam o tráfico, e acobertavam o crime. Um tcheco que seria a principal ligação entre os contrabandistas brasileiros e comerciantes europeus e uma idosa de 68 anos, que seria uma comerciante das espécies e vendia os animais em uma feira em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense também foram presos. De acordo com a PF, 26 pessoas continuam foragidas, entre elas um português, um suíço e três tchecos. No Rio, 42 mandados de prisão foram cumpridos e 16 suspeitos ainda são procurados. Segundo a PF, 500 mil animais eram comercializados por ano. A operação acontece nos estados do Pará, Maranhão, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio Grande do Sul. E também em Portugal, Suíça e República Tcheca. Quadrilha com antecedentes criminais A PF informou que os presos vão responder pelo crime de receptação qualificada, formação de quadrilha, contrabando e maus tratos. Cerca de 70% dos presos tinham antecedentes em crimes ambientais, segundo a polícia. Desde 2008, a PF estima que 3.500 animais silvestres foram apreendidos e muitos morreram durante o transporte por estar armazenados em condições precárias, sem ventilação e alimentação. Animais roubados em reservas ambientais A PF informou que os animais eram roubados da reserva ambiental do Tinguá, na Baixada Fluminense, na Serra da Bocaina, no Sul Fluminense, no Sul da Bahia, e em estados do Norte do Brasil. No Rio, os animais eram vendidos nas feiras de Duque de Caxias, Areia Branca, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense e na feira de Honório Gurgel, no subúrbio. De acordo com o procurador Renato Machado, interceptações telefônicas apontaram a feira de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, como um dos principais pontos de venda de animais silvestres no país. A feira foi citada na CPI da Biopirataria do Congresso Nacional como uma das cinco maiores do país. A feira recebe animais do Pará, Bahia, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, onde atuam quadrilhas de caçadores e intermediários.
Grupo teria lucrado R$ 20 milhões, segundo delegado.
As investigações começaram em janeiro deste ano, quando, durante uma operação que investigava o tráfico de seres humanos, foram descobertos indícios do comércio ilegal de animais.
Segundo o delegado Alexandre Saraiva, responsável pela Delegacia especializada de Meio Ambiente, a quadrilha teria lucrado R$ 20 milhões com o tráfico de animais. Ele disse ainda que um ovo de arara azul era vendido por três mil euros na Europa, o que equivale a cerca de R$ 9 mil. Os pássaros eram vendidos entre R$ 20 e R$ 50 em feiras na Baixada Fluminense e no subúrbio.
0 comentários:
Postar um comentário