Justiça Federal vai debater assunto em abril.
O contrabando de torianita é investigado desde 2004. Segundo a Polícia Federal, o quilo do produto é vendido por até US$ 300. O minério, existente em abundância no noroeste do Amapá, contém urânio e tório, usados na fabricação de armas e reatores nucleares.
Há um ano, após a apreensão de uma tonelada do minério, a Polícia Federal recorreu à Justiça para que a Comissão Nacional de Energia Nuclear retirasse o material do estado. Desde então, parte do material está sendo estocado provisoriamente no Batalhão Ambiental Amapá, que também já não quer mais guardá-lo por causa dos riscos de contaminação.
A Polícia Federal defende a construção de um depósito no Amapá com a assessoria da Comissão Nacional de Energia Nuclear. O caso chegou à Justiça Federal, onde o assunto deve ser debatido em abril. O objetivo é reunir membros da comissão e da polícia para encaminhar uma solução em comum.
“O que é inconcebível é que o país não tenha uma política de segurança nessa área, ou seja, não há um local adequado e determinado e uma instituição específica para cuidar desse material após a apreensão pela Polícia Federal”, afirmou o juiz federal João Bosco Soares.
Cinco inquéritos sobre o comércio ilegal de torianita indiciaram os intermediários por danos ambientais e nucleares. A polícia não conseguiu identificar os compradores, que seriam do exterior.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear declarou que jamais se recusou a colaborar com a Polícia Federal no Amapá e que até o ano passado transportou 2,5 toneladas de torianita apreendidas no estado. Para o órgão, é fundamental descobrir a fonte e o destino do minério - porque a melhor solução seria mantê-lo no local de origem.
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