Ação aconteceu em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Catorze pessoas acusadas de desmatamento ilegal da floresta amazônica, formação de quadrilha, falsificação de documentos, sonegação fiscal, corrupção de servidores públicos e lavagem de dinheiro foram presas em ação conjunta da Polícia Rodoviária Federal, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) nesta segunda-feira (11). Além dos mandados de prisão, foram executados outros 22 de busca e apreensão contra empresários de Mato Grosso e servidores públicos de Mato Grosso do Sul, levando à apreensão de notas fiscais adulteradas, carimbos, cofres, armas e munições. A PRF estima que em pouco mais de um ano, a suposta organização criminosa tenha movimentado mais de R$ 10 milhões. Pelo menos 650 caminhões e carretas teriam utilizado o esquema fraudulento, somando mais de 32 mil metros cúbicos de madeira beneficiada. Fiscalização No momento da retirada do excesso de carga, policiais rodoviários observaram que os carregamentos também eram compostos por outros tipos de madeira, além de pinus, madeira de pouco valor e de livre comércio usada para disfarçar. A ação foi coordenada pela Divisão de Combate ao Crime da Polícia Rodoviária Federal e mobilizou 120 agentes da PRF, de dez estados e do Distrito Federal, além de 14 policiais militares de Mato Grosso do Sul. Madeira nobres
Empresários são acusados de movimentar mais de R$ 10 milhões.
A fraude foi descoberta por meio de simples fiscalizações de trânsito. Os caminhões que transportavam a madeira irregular circulavam com excesso de peso. Veículos com capacidade para 25 toneladas eram flagrados com até 50 toneladas de madeira.
A operação nasceu da investigação do Gaeco/MS e da fiscalização da Polícia Rodoviária Federal nas BR-262 e 163. Segundo a PRF, o esquema contava com a conivência de técnicos de fiscalização financeira da Secretaria de Administração e de agentes tributários da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso do Sul.
De acordo com a polícia, servidores públicos envolvidos no esquema acobertavam o transporte e comercialização de madeiras nobres e ameaçadas de extinção, como peroba e castanheira. Também está sendo investigado o corte de árvores em área de proteção e reservas indígenas.
Levantamentos iniciais apontam que a fraude ocorria desde abril de 2008. Empresários de Sinop e Marcelândia (MT) seriam responsáveis pela extração irregular de madeira.
Segundo a PRF, a prova de que o grupo era especializado está no seu esquema de sonegação tributária. Uma mesma nota fiscal era emitida para até cinco carregamentos simultâneos, que utilizavam Mato Grosso do Sul como corredor para chegar aos mercados de São Paulo e Paraná. Se um dos veículos fosse fiscalizado, imediatamente os demais eram avisados e orientados a interromper a viagem, até que a nota fiscal que eles portavam fosse trocada.
Entre os servidores responsáveis pela fiscalização cooptados pelo esquema, chegou a existir competição para ver qual facilitava a passagem de maior número de carregamentos, aponta a PRF.
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