Chuvas deixam 53 municípios do Amazonas em situação de emergência

Rio Negro ultrapassou a cota de alerta em Manaus.

Em Careiro da Várzea, moradores caminham sobre pontes estreitas.

No Amazonas, 53 municípios, o que equivale a 85% do estado, estão em situação de emergência devido às chuvas e cheia dos rios.

 

Em Manaus, o rio Negro ultrapassou a cota de alerta, que é a média das maiores cheias já registradas. 

Segundo o Serviço Geológico do Brasil, vem chovendo muito nos últimos quatro anos na bacia Amazônica. Parte da água que deveria ter corrido para o oceano se acumulou na região. 
  
Os alertas são dados com a ajuda de ribeirinhos. Há 30 anos, dona Rosa faz parte de uma rede de 360 observadores que todos os dias anotam, centímetro a centímetro, a subida da água. “O que a gente pode fazer? Tem que esperar a natureza”, diz dona Rosa. 

A chuva fez estradas desaparecerem, como a que ligava uma comunidade ao município de Careiro da Várzea.

 

Na cidade, há três domingos não há missa. O rio agora passa por dentro da igreja. A principal praça da cidade foi invadida pelas águas há duas semanas. A cidade inteira deve continuar alagada por pelo menos mais um mês. E os moradores vão tentando manter a rotina mesmo vivendo em cima d' água. Nas lojas, as mercadorias estão próximas ao teto. 

 

Enquanto o balanço não fica submerso, as crianças tentam se divertir, mas a brincadeira mais popular agora é pescar na avenida principal. Não há mais asfalto nem calçada. A cidade inteira caminha sobre pontes estreitas. 

Para continuar trabalhando, donos de lanchonetes subiram o piso para os clientes, mas continuam muito perto da água. "Nós dependemos desse lugar, moramos aqui então temos que manter a vida”, afirma um comerciante. 

Com os moradores permanecendo nas casas alagadas, cresceu o risco de acidentes com animais venenosos. Segundo o Função de Medicina Tropical do Amazonas, nos quatro primeiros meses do ano aumentou 40% o número de acidentes. 

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