Segundo cálculo da ONG WWF, a floresta vale mais preservada do que desmatada para a agricultura ou a pecuária
Pesquisadores revelam quanto valem os serviços florestais prestados pela Amazônia ao planeta. A idéia é usar os números como mais um argumento para evitar a destruição da floresta. A proposta faz parte do estudoMantendo a floresta amazônica em pé: uma questão de valores (Keeping the Amazon forests standing: a matter of values), feito pelo Instituto Copérnico da Universidade de Utrecht da Holanda a pedido da ONG WWF. A retenção de CO2, o principal gás causador do aquecimento global, teria um valor estimado de até R$ 226 por hectare por ano. Se considerarmos que existem 219 milhões de hectares de florestas protegidas, entre unidades de conservação e áreas indígenas, o Brasil poderia lucrar R$ 50 bilhões por ano com essas áreas verdes.
Esse dinheiro poderia ser pago por países industrializados que precisam compensar a poluição que lançam na atmosfera. Um mecanismo conhecido por Redução das Emissões oriundas do Desmatamento e da Degradação florestal (Redd). A ideia vem sendo debatida nas Conferências Mundiais do Clima, mas até hoje ninguém havia calculado exatamente qual era o valor econômico dos serviços prestados pela Amazônia. E nem quanto o Brasil pode ganhar com o fim do desmatamento. "O Redd não é o único mecanismo para manter a floresta em pé, mas certamente é o mais promissor neste momento'', afirma Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.
O resultado da pesquisa também inclui a riqueza da Amazônia e os produtos que dependem das florestas tropicais para serem produzidos, como o café do Equador, que tem sua polinização feita por insetos dessas regiões. Essa ajuda “natural” da floresta para a agricultura, valeria R$ 110 reais por hectare por ano. A recreação e o ecoturismo significariam, em média, entre R$ 7,8 e R$ 15,8 por hectare por ano, segundo o estudo. A proposta é mostrar que os serviços florestais podem valer mais do que as atividades econômicas que existem hoje na Amazônia, como a pecuária e a soja, responsáveis por grande parte dos atuais índices de desmatamento de 10 mil quilômetros quadrados por ano. A conversão de florestas em pastos é responsável por 78% de tudo que já foi derrubado na Amazônia.
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