terça-feira, 8 de setembro de 2009

Suruís relembram 40 anos do primeiro contato com não índios





'Não temos nada a comemorar', diz líder Almir Suruí.
Povo foi dizimado por doenças após saída do isolamento.


Os índios suruís estão reunidos neste fim de semana para refletir sobre os 40 anos de contato com o homem branco. Seu líder Almir Suruí é taxativo: “Não temos nada a comemorar”.


Este povo foi oficialmente contatado em 1969 pelos sertanistas da Funai Francisco e Apoena Meirelles. Os primeiros anos após o fim do isolamento, conta Almir, foram os mais desastrosos: “Pelos mais velhos, sabemos que antes do contato tínhamos mais de 5 mil pessoas. Três anos depois éramos entre 250 a 300 pessoas”.

Doenças como gripe, sarampo e tuberculose foram as principais responsáveis pelas mortes. “Hoje somos entre 1250 e 1300 pessoas em 24 aldeias”, relata.


Os suruís, que se autodenominam paiter, vivem na Terra indígena Sete de Setembro, uma área de cerca de 2.500 km² que se estende entre os municípios de Espigão D'Oeste (RO), Cacoal (RO) e Rondolândia (MT). Atualmente, a exploração madeireira é o principal problema da reserva. “Estamos pedindo socorro ao poder público para que tomem providências”, diz Almir.

Recentemente, ele enviou carta ao Ministério da Justiça denunciando a destruição das matas da Terra Sete de Setembro por invasores. Essas pessoas estão correndo risco também. Estamos muito cansados e quando você fica cansado é muito perigoso. Um conflito pode acontecer”, diz. A situação é ainda mais problemática, de acordo com ele, porque também há índios envolvidos na exploração ilegal.


Apesar das dificuldades, os suruís estão se organizando para dar um rumo a seu povo a longo prazo. “Criamos um plano de 50 anos com programas de educação, saúde, ecologia, cultura. Estamos tentando mostrar como é possível buscar soluções com conhecimento científico e tradicional”, conta Almir. Ele ganhou notoriedade internacional recentemente por fazer uma parceria com a gigante americana Google para colocar internet mapas detalhados da devastação em sua terra. “Temos um projeto de reflorestamento com mais de 90 mil mudas já plantadas”, conta.


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