Documentos falsos são usados para transporte ilegal. Investigações apontam fraude de R$ 6 milhões. Vinte pessoas foram presas na última semana acusadas de fraudar o sistema de transporte de madeira em Mato Grosso. Para movimentar caminhões carregados com produto ilegal, eles teriam falsificado guias de transporte – o documento necessário para passar pela fiscalização. Nesses papéis, os golpistas chegaram a colocar placas de carros de passeio e até de motos como veículos que carregam madeira. Placas de motos A grande pista deixada pelos fraudadores foram as placas dos veículos anotadas nas guias de transporte. A polícia desconfiou quando viu nos papéis que carros pequenos estavam transportando até sessenta toneladas de madeira nobre.
A fraude ocorreu em Marcelândia (MT). Uma madeireira derrubava árvores de forma clandestina e procurava a quadrilha. De acordo com a polícia, o grupo fornecia uma guia de transporte de produtos florestais com informações falsas. As árvores cortadas eram descritas como se fossem de área de manejo e, em caso de fiscalização, a empresa apresentava a guia falsa e dizia que estava dentro da lei.
“Toda madeira ilegal no norte de Mato Grosso tem grande chance de ser proveniente de área indígena”, afirma o gerente regional do Ibama em Mato Grosso, Roberto Ágara.
A quadrilha chegou a usar na falsificação placas de quatro motos – o que reforça a tese de que os golpistas só estavam preocupados mesmo em preencher a guia. Uma das motos teria transportado 20 toras de madeira nativa.
As investigações mostram que, em dois anos, a quadrilha emitiu pelo menos 500 guias falsas e movimentou 6 milhões de reais. Nas empresas suspeitas de comprar o papel para enganar a fiscalização, o Ibama encontrou muita madeira ilegal. Árvores ainda jovens, derrubadas na Amazônia.
“Nós conseguimos destruir uma célula importante no município, mas outras certamente existem em Mato Grosso e na região amazônica.”, afirma o delegado Luiz Henrique de Oliveira.
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