sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Arqueólogos descobrem templos de 4 mil anos em antigo lixão no Peru


Segundo pesquisador, achado está entre os mais antigos do país.

Técnica usadas em construções circulares surpreendeu equipe.

Arqueólogos encontraram dois templos de mais de 4 mil anos de idade no norte do Peru, segundo informações do jornal "El Comercio". A descoberta ocorreu numa região de transição entre a selva amazônica e Cordilheira dos Andes, na província de Cajamarca. De acordo com informações do jornal, antes da escavação arqueológica, o lugar chegou a ser usado como lixão.

Durante a exploração, que começou em maio, primeiro foram encontrados grandes muros semicirculares feitos de barro e pedras de até 200 quilos. A técnica usada pelos construtores surpreendeu os pesquisadores, já que os muros, levantados em oito fases, estavam perfeitamente alinhados e enfeitados com terra colorida.

Os centros cerimoniais ainda continham 14 lugares funerários. De acordo com Quirino Olivera, chefe da equipe que explora o local, os templos podem ser da mais antiga civilização já encontrada no Peru.


sábado, 17 de julho de 2010

No Acre, batalhão de selva do Exército tem onça-pintada como mascote



Leitor enviou fotos do banho semanal da fera.

Tupã, como é chamado o felino, é um animal dócil, conta.

O 61º Batalhão de Infantaria de Selva em Cruzeiro do Sul (AC) tem como mascote uma onça-pintada macho chamada Tupã. O leitor Michael Leite, que é tenente no batalhão, enviou ao Globo Amazônia fotos em que aparece dando banho na fera. Tupã é dócil e semanalmente é levado até um igarapé para nadar, relata Leite.

A natação foi a forma encontrada para que não passasse todo o tempo trancado na jaula. Pela Amazônia são comuns casos de onças que ficam sem a mãe, acabam recolhidos pelas pessoas e não aprendem a caçar, o que impede que sejam devolvidas à natureza.

É importante ressaltar, no entanto, que estes animais não são adequados para domesticação, pois, quando adultos, têm comportamento imprevisível e podem representar perigo para as pessoas.


Verão na Amazônia é alternativa ao frio das praias do Sudeste



Salinas, no Pará, tem praia durante o dia e baladas à noite.

Na Ilha de Algodoal, a hospedagem é em um vilarejo rústico.

Fugindo do frio nas praias da região Sudeste do país, turistas aproveitam as férias no verão da Amazônia. Na praia de Salinas, no Pará, por exemplo, a temperatura média para o mês de julho é de 32 graus.

Nessa época do ano, a praia recebe muitos turistas que fogem do frio em outras partes do país. "Aqui, a natureza é agradável, a gente fica mais tranquilo", diz a professora Rosiléa Socorro, que foi descansar na praia.

Durante a noite, Salinas oferece barracas gigantes com músicas para os jovens. Os estilos e ritmos são variados, com sons eletrônicos e regionais, por exemplo.

Outra cidade no nordeste do Pará também vê o movimento turístico crescer durante o verão amazônico. É a Ilha de Algodoal, em que só é possível chegar de barco, a partir de uma viagem de 30 minutos que tem origem em Marapanim.

A ilha tem um vilarejo com opções mais rústicas de hospedagem. Reflexo de uma recepção turística que conta com energia elétrica há apenas cinco anos. Ambiente ideal para sossegar.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Índios pedem R$ 563 mil ao governo para encerrar protesto em Brasília


Grupo quer reembolso de gastos com viagens, hotel e alimentação.

Manifestação teve início em janeiro; Justiça determinou desocupação de área.

Índios que ocupam a Esplanada dos Ministérios em Brasília (DF) desde o início do ano pediram mais de R$ 500 mil ao governo federal para encerrar o protesto, iniciado em janeiro. O pedido aconteceu antes de o governo ter conseguido na Justiça um mandado de desocupação judicial.

Apesar de a polícia ter retirado os manifestantes do local no sábado (10), um grupo de cerca de 300 índios de 25 etnias retornaram ao gramado da Esplanada e continuam o protesto. O grupo pede a troca de comando na Fundação Nacional do Índio (Funai) e a derrubada de um decreto presidencial que reestruturou o órgão, fechando postos em algumas cidades.

O principal entrave nas negociações, no entanto, é o dinheiro que os índios querem receber como compensação pelo que supostamente gastaram para organizar a manifestação. Os índios apresentaram uma lista manuscrita com os gastos.

Eles pedem reembolso de R$ 260 mil de despesas com ônibus para realizar o transporte entre Maranhão e Brasília e mais R$ 180 mil com ônibus no trajeto Pernambuco-Brasília. Há ainda o pedido de R$ 119,9 mil para gastos com alimentação dos manifestantes “na estrada”. Outros R$ 3.360 teriam sido gastos com diárias de hotel e alimentação. O total da reivindicação chega a R$ 563.260 dos quais R$ 440 mil apenas com viagens.

A lista de gastos foi entregue à Funai, ao Ministério da Justiça e ao gabinete da Presidência da República. Um dos manifestantes que assinam o documento confirmou ao G1 a autenticidade do pedido, que foi enviado por fax para os órgãos do governo federal.

O Ministério da Justiça confirma ter recebido o pedido financeiro, mas informou ao G1 que não há qualquer possibilidade de o governo fazer o pagamento do valor pedido pelos índios, mas que pode oferecer aos manifestantes transporte até suas aldeias de origem e alimentação durante o trajeto.

A negociação para que o governo ajudasse financeiramente os manifestantes começou em uma reunião no dia 12 de junho, em que estiveram presentes representantes dos três órgãos governamentais. Desta reunião saiu um documento dizendo que o governo se comprometia a pagar o transporte e a alimentação dos manifestantes e diárias em hotéis para que 20 deles continuassem em Brasília para negociar as reivindicações do movimento.

Foi com base nessa negociação que a conta foi apresentada. Osvaldo Rosa da Silva Júnior, um dos signatários do pedido financeiro, afirma que o acordo previa o pagamento de todas as despesas com o protesto. “Essa gente toda teve que comer esse tempo todo. O governo não cumpriu nada do que prometeu”, reclamou.

O indígena Osvaldo afirma que a questão financeira não foi o único problema de negociação. Eles afirmam que outros pontos do acordo, como a recriação de postos da Funai nas cidades de São Luís (MA), Guaranhuns (PE) e Curitiba (PR) também fizeram com que a manifestação continuasse.

Ele afirma que diante do fracasso das negociações os indígenas não deixam mais o espaço nem que o valor pedido seja pago. Osvaldo afirma que o protesto só termina com a demissão do presidente da Funai, Marcio Meira

Nesta quarta-feira, cerca de 80 indígenas, entre eles muitas crianças, ocupavam a Esplanada dos Ministérios, se acomodando em redes e no chão. Uma das manifestantes, Edinária Bento, afirma que cerca de 300 pessoas continuam no protesto, ainda que nem todos fiquem no local o tempo todo.

Segundo ela, os indígenas têm sobrevivido de doações feitas por pessoas ligadas ao movimento, e o transporte para Brasília foi pago com dinheiro arrecadado nas bases, principalmente com a venda de artesanato.


Inpe detecta 109,6 km² de desmatamento em maio na Amazônia



Área equivale a 68 vezes o Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Total do mês é maior que março e abril somados.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou desmatamento de 109,6 km² da floresta amazônica no mês de maio. A área, divulgada pelo instituto nesta quinta-feira (15), equivale a 68 vezes o tamanho do Parque Ibirapuera, em São Paulo, ou a quase seis vezes o tamanho da ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco.

Segundo os novos dados do Inpe, maio é mês com o segundo maior desmatamento detectado pelo sistema em 2010, atrás de fevereiro, que teve 185 km² devastados. O bioma amazônico no Brasil perdeu mais floresta em maio do que em março e abril juntos, quando foram identificados 103,5 km² de devastação.

Nos meses de janeiro e fevereiro, o Inpe havia detectado 208,2 km² de devastação na Amazônia. Já em outubro e novembro de 2009, o desmatamento detectado foi de 247,6 km² - o mês de dezembro ficou sem medição por conta da forte cobertura de nuvens nesta época do ano.

O estado que apresentou maior área de desmatamento registrado foi Mato Grosso, pela terceira vez seguida neste ano, com 51,9 km² . O Pará aparece como o segundo estado mais desmatado, com 37,2 km².

O instituto, sediado em São José dos Campos (SP), ressalta que em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, os dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) não são uma medição exata do desmatamento mensal da floresta amazônica.

Em maio, por exemplo, 45% da Amazônia Legal esteve coberta por nuvens, impedindo a visualização por satélite. Por isso, o Inpe não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos.

Em operação desde 2004, o Deter foi criado para apoiar a fiscalização ambiental. Embora os dados sejam divulgados em relatórios mensais, seus resultados são enviados a cada quinzena ao Ibama, responsável por fiscalizar as áreas.

Imagem de satélite mostra alertas de desmatamento no mês pelo sistema Deter. (Foto: Reprodução/ Inpe)

O sistema gera alertas para áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, e para degradação progressiva, quando há destruição parcial da mata.

O Deter registra apenas focos com área maior que 250 mil metros quadrados, por conta da resolução dos sensores dos satélites. Além disso, devido à cobertura de nuvens, nem todos os desmatamentos com essa dimensão ou maiores são identificados.


terça-feira, 6 de julho de 2010

Peru expulsa religioso britânico envolvido em protestos pela Amazônia


Paul McAuley terá de deixar o país até quinta-feira (8).

Ele dirige ONG que se opõe a empresas petroleiras e madeireiras.

O governo peruano advertiu nesta segunda-feira (5) que não permitirá que estrangeiros realizem protestos no país, depois de cancelar o visto de residência de um religioso britânico que se envolveu em manifestações pela defesa da Amazônia.

Paul McAuley, radicado há 20 anos no Peru, foi informado na semana passada que terá de deixar o país até quinta-feira, pois teria violado regras legais, razão pela qual seu visto não foi renovado.

"A única coisa que fazemos é dizer aos estrangeiros que respeitem as leis peruanas", disse a jornalistas o primeiro-ministro Javier Velásquez.

McAuley dirige a ONG Rede Ambientalista Loretana, que se dedica a defender o bom uso dos recursos naturais da Amazônia peruana, foco de conflito entre nativos, governo e empresas que exploram petróleo, gás natural e madeira na floresta.

Segundo o governo, o religioso violou as regras ao promover e participar de passeatas e manifestações contra o governo na localidade de Iquitos, no nordeste do país.


sábado, 3 de julho de 2010

Desmatadores derrubam o equivalente a 130 carretas de madeira em MT



Exploração seletiva escondia destruição dos satélites.

Material apreendido foi avaliado em R$ 1 milhão.

O acaso levou fiscais do Ibama a encontrarem uma área de 32 km² de exploração irregular de madeira no município de Nova Ubiratã, em Mato Grosso. Eles circulavam na região após visitarem outra área de desmatamento e acabaram se perdendo, indo parar na fazenda onde milhares de metros cúbicos de madeira cortada ilegalmente estavam acumulados.

Ao todo, foram apreendidos 3.337 metros cúbicos de madeira (o suficiente para encher 133 carretas). Os agentes demoraram duas semanas para fazer o levantamento do material apreendido, como informa o chefe da fiscalização do órgão federal ambiental em Sinop (MT), Evandro Selva. O lugar foi encontrado no dia 2 de junho e o produto da apreensão foi avaliado em cerca de R$ 1 milhão.

Entre as toras apreendidas havia principalmente as variedades itaúba e cambará. A exploração era feita de maneira seletiva, ou seja, sem derrubada total da floresta. Por isso, apesar da grande extensão, o desmatamento ilegal não aparecia no mapeamento fornecido pelo instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Segundo Selva, já não restavam em pé árvores de interesse para exploração madeireira no local. No momento da chegada dos fiscais, não foi encontrado ninguém. Uma pessoa se identificou como proprietária da área posteriormente, embora sem apresentar documentação. O desmatamento ilegal lhe rendeu multa de R$ 15 milhões. O principal desafio agora é remover a madeira da fazenda para evitar que seja roubada.


Fiscais multam donos de terras em R$ 25 milhões por desmatamento no Pará

Proprietários derrubaram área do tamanho do Parque da Tijuca, no Rio.

Operação usou imagens de satélite divulgadas pelo Inpe.

Fiscais do Ibama embargaram 6 áreas de floresta e multaram em R$ 25 milhões proprietários de terra responsáveis pelo desmatamento de cerca de 80 quilômetros quadrados da Amazônia, equivalente ao tamanho do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A fiscalização ocorreu nas cidades de Tucuruí, Pacajá, Goianésia do Pará e Jacundá, todas no sudeste do Pará. Para encontrar os locais, os agentes se basearam em imagens de satélite reveladas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Durante a operação, os fiscais ainda apreenderam um trator, 7 caminhões, 8 motosserras e 300 metros cúbicos de madeira.


Índios afetados por petróleo na Amazônia visitam o Golfo do México

Grupo leva cartilha sobre como conviver com desastre ambiental.

Eles acreditam que poluição no Golfo do México será duradoura.

Líderes indígenas do Equador que no passado foram atingidos por vazamentos de petróleo na Amazônia estão no Golfo do México até esta sexta-feira (2) para conhecer a costa de Nova Orleans e Louisiana. Eles vão se encontrar com tribos nos Estados Unidos que sofrem com o derramamento de óleo causado pela explosão da plataforma da British Petroleum (BP) na região, em abril passado.

No encontro, os visitantes da Amazônia lançaram uma cartilha que contém dicas sobre como reagir aos impactos do vazamento de petróleo sobre uma comunidade. A publicação, cujas sugestões assumem tom de "mandamentos", foi realizada com apoio das organizações não governamentais Amazon Watch e Rainforest Action Network, que também coordenaram a viagem.

A mensagem dos líderes do Equador diz, por exemplo, que não se deve confiar na empresa poluidora para limpar a "bagunça" adequadamente e ressalta que os impactos do vazamento serão duradouros.

Os visitantes pertencem a comunidades que tiveram que lidar com o vazamento de óleo após um acidente da Texaco (hoje Chevron) ocorrido na década de 1960. Segundo a Amazon Watch, a contaminação pelo óleo resultou na morte de ao menos 1,4 mil pessoas.

A tribo escolhida para a visita aos Estados Unidos foi a Houma, que reúne cerca de 17 mil moradores na costa de Louisiana. A caça e a pesca da comunidade estão entre suas principais atividades e foram prejudicadas pelo óleo da BP.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

Barco derrama cerca de 63 mil litros de petróleo em rio da Amazônia peruana

Comunidades ribeirinhas atingidas pelo óleo estão sem água potável.

Segundo empresa, um furo no casco deu origem ao derramamento.

Uma embarcação do consórcio argentino Pluspetrol derramou ao menos 400 barris de petróleo no Rio Marañón (cerca de 63 mil litros do óleo), na Amazônia Peruana, após sofrer um acidente neste fim de semana. O anúncio oficial foi feito pela empresa responsável nesta segunda-feira (21).

O acidente atingiu mais de 28 comunidades ribeirinhas nos distritos de Parinari e Urarinas, segundo reportagem da Radio La Voz de la Selva. Além disso, comunidades também estão sem acesso a água potável, de acordo com informações de um repórter da rádio enviado ao local.

"O governo só trouxe alguns galões pequenos de água que acabaram rapidamente. Todos estão desdesperados. Dois meninos tiveram problemas estomacais porque beberam água do rio", disse Salvador Lavado à rádio.

O chefe regional de Defesa Civil na área do acidente, Robert Falcón, confirmou à agência AFP que vazaram cerca de 400 barris de petróleo no rio. Segundo ele, o tamanho da contaminação ainda não foi determinado.

A quantia de óleo derramado também foi confirmada por Daniel Guerra, porta-voz da Pluspetrol, em entrevista à rádio RPP. Segundo ele, a empresa colocou em ação seu plano de contingência e o derramamento foi controlado.

O barco transportava cerca de 5 mil barris de petróleo e estava no porto de San José de Saramuro, em Loreto, no momento do acidente. O derramamento foi causado por meio de um furo no caso, que ainda é investigado.


Tartarugas da Amazônia se comunicam oralmente, indica pesquisa

Estudo identificou sete sons distintos emitidos pelos animais.

Cientistas usaram microfones submersos para registrar a comunicação.

Pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e divulgada nesta quarta-feira (23) aponta que tartarugas podem se comunicar oralmente. Após dois anos de estudo, o projeto Comunicação Subaquática em Tartarugas da Amazônia, coordenado pelo cientista Richard Carl Vogt, conseguiu identificar sete sons diferentes emitidos pelos animais.

De acordo com informações divulgadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), as tartarugas também são sensíveis aos sons quanto estão embaixo da água. Para chegar a esta conclusão, a equipe realizou experiências em laboratório e em ambientes naturais. Também fizeram testes em regiões com animais em cativeiro, como na cidade de Manacapuru, no Amazonas.

Durante a experiência, os pesquisadores usaram microfones submersos em
piscinas e compararam as gravações com sons registrados na natureza.

Segundo a pesquisa, a "fala" das tartarugas pode ser percebida dentro e fora da água. O processo sonoro, no entanto, é diferente do que ocorre com araras e papagaios, segundo o cientista.

O estudo foi apoiado pelo Ibama e realizado com R$ 45 mil, financiados pela Fapeam.


terça-feira, 22 de junho de 2010

No Pará, Lula critica ‘gringos' que protestam contra usina de Belo Monte

Ele voltou a defender construção de hidrelétrica em evento em Marabá.

'Precisamos mostrar que sabemos cuidar da nossa floresta', disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender na tarde desta segunda-feira (22), em Marabá (PA), a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu. Durante cerimônia de início da terraplanagem da usina siderúrgica Aços Laminados do Pará, Lula criticou a participação de estrangeiros em protestos contra a hidrelétrica e a tentativa de interferência deles em decisões que envolvem a floresta Amazônica.

“De vez em quando vem um gringo dar palpite sobre o Brasil. Precisamos mostrar ao mundo que ninguém mais do que nós quer cuidar da nossa floresta. Mas ela é nossa. E que gringo nenhum meta o nariz onde não é chamado, porque saberemos cuidar das nossas florestas e do nosso desenvolvimento”, disse.

Em abril o diretor do filme “Avatar”, James Cameron, veio ao país participar de protestos contra Belo Monte. Na ocasião, o cineasta, nascido no Canadá e que mora nos Estados Unidos, disse que a usina de Belo Monte “não é um problema só do Brasil”.

Ele afirmou que iria pedir apoio de congressistas norte-americanos na luta contra o projeto. “Esta não é uma questão só do Brasil, mas do mundo todo. Vou para Washington para conversar com senadores”, disse.

Ainda durante o discurso em Marabá, Lula ressaltou que foram destinados R$ 4 bilhões no projeto da hidrelétrica para preservação ambiental na região do Rio Xingu e compensações à população ribeirinha.

O presidente fez um discurso curto, de seis minutos, e mostrou desconforto com o calor. “Antigamente, se fosse outro governo, o presidente não faria o anúncio debaixo de uma tenda de lona. Está um pouco melhor do que a tenda dos sem terra, mas mesmo assim está muito quente. Nem eu estou aguentando isso aqui”, disse.

Mais cedo nesta terça, em Altamira (PA), Lula participou de um ato em apoio a Belo Monte. Durante o evento, ele afirmou que a construção da usina levará em conta os aspectos ambientais e gerará empregos para a região. “Vamos utilizar energia limpa e preservar o meio ambiente. É meu compromisso”, afirmou.

A hidrelétrica de Belo Monte é alvo de contestação dos movimentos sociais e de ambientalistas. Ambos alegam que os lagos da represa da hidrelétrica vão inundar 30 terras indígenas legais e afetarão um terço do município de Altamira.


Serviço de Proteção aos Índios completa um século de criação

Órgão fez primeiro contato com diversas tribos indígenas.
Museu no RJ guarda relíquias das expedições; veja galeria de fotos.

O Serviço de Proteção aos Índios (SPI), órgão do governo que inaugurou uma nova fase no indigenismo brasileiro e que, no final dos anos 60, foi substituído pela Fundação Nacional do Índio (Funai), completa um século de criação neste domingo (20).

O SPI foi criado em 1910, num cenário em que proliferavam os "bugreiros", famosos matadores de índios, e as mortes por doenças assolavam as aldeias. Há um século, as frentes de expansão penetravam pelo interior do Brasil e os índios eram considerados, então, um entrave ao desenvolvimento.

Movido pelo positivismo do seu primeiro diretor, Marechal Cândido Mariano Rondon, o primeiro objetivo do SPI foi pacificar e integrar os índios à “civilização” para formar mão-de-obra para o país. Não à toa, o SPI surgiu inicialmente como Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais, promovendo a expansão econômica por meio de política educacional e sanitária.

O projeto civilizatório do SPI incluía não só transformar os índios em trabalhadores rurais, como adequar hábitos e costumes das tribos ao mundo branco. Assim, escolas, habitações (“construídas de acordo com a higiene, conforto e aspirações dos índios”, como diz o texto de um de seus filmes históricos) e oficinas de trabalho encerravam aldeias em pequenos espaços de terra.

A ideia era que tudo isso diluiria os índios no todo nacional e, com o tempo, eles deixariam de serem índios, saindo da condição de selvagens para a de civilizados. No anos 30 do século passado, o SPI chegou a ter mais de cem postos indígenas.

Essa história, retrato de uma época, está preservada na forma de uma coleção de valor inestimável - declarada "Memória do Mundo" pela Unesco em 2009 - no Museu do Índio do Rio de Janeiro. São 16 mil fotos, 23 filmes, 133 mapas, aproximadamente 200 mil documentos textuais e 200 peças de arte plumária, cerâmica e ritual.

Assista ao lado à reportagem do Globo Rural sobre os 100 anos do SPI

Um exemplo da importância da coleção foi seu uso no processo de demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

“Tem registros fotográficos, filmes em que mostramos índios carregando os mastros das fronteiras do Brasil, como eles ajudaram a consolidar o território brasileiro”, aponta José Carlos Levinho, diretor do museu.

“E aí foi dito: se eles serviram para isso, eles agora não poderiam deixar também de serem contemplados e terem o direito ao seu território. Foi por isso que o Supremo Tribunal Federal, praticamente por unanimidade, deu direito aos indios da Raposa Serra do Sol à terra deles”, diz Levinho.

Decadência

A política de integrar o índio a um projeto nacional apontava para o fim da diversidade étnica e cultural. Corrupção e denúncias marcaram a decadência administrativa e ideológica do SPI a partir de 1957, culminando com sua extinção em 1967, quando deu lugar à Funai.

Ainda assim, há um consenso de que, mesmo adotando uma política que não reconhecia os índios como povos diferenciados e prevendo a assimilação cultural, o SPI desempenhou um papel importante para a sobrevivência dos povos indígenas no Brasil. Essa “política civilizatória” só muda com a criação do Parque Indígena do Xingu, em 1952.

O SPI teve entre seus funcionários Darcy Ribeiro (responsável pela criação do Museu do Índio, em 1953, ele mesmo recolheu grande parte do acervo material). Darcy fez parte de várias expedições, percorreu regiões inexploradas do Brasil e realizou documentações culturais importantes de vários povos indígenas.

O SPI acabou, mas o acervo do Museu do Índio continua crescendo com a chegada de antigos documentos do extinto órgão encontrados Brasil afora, além de outras peças captadas para suas exposições.

"Hoje temos um programa focado nas línguas e culturas ameaçadas, aquelas que estão em situação bastante critica. E temos todo um trabalho de documentação fazendo com que os índios tornem-se pesquisadores de sua própria cultura", exemplifica.


domingo, 4 de abril de 2010


Cesto herdado de indígenas permite pescar com a mão no pantanal amazônico

Atividade ocorre no norte do Maranhão, região com baixíssima altitude.
Pescador fica horas dentro da água e pode mergulhar para pegar o peixe.

Localizado no norte do Maranhão, uma região de baixíssima altitude, o pantanal amazônico abriga populações que dependem de hábitos e conhecimentos primitivos. Um exemplo disso é o cesto sem fundos, feito de madeira trançada, herança dos povos indígenas.


A ferramenta é indispensável para a sobrevivência dos moradores de regiões alagadas. Ela serve para praticar a chamada pesca de choque, em que o peixe é capturado com as mãos.


São cinco, seis horas dentro da água e longas caminhadas em busca do peixe. Um trabalho que exige olhar treinado e habilidade de pescador. Uma legião de homens armados com arpões primitivos entra nos banhados. Todos em busca do mussum - uma espécie de enguia que vive no fundo lamacento dos lagos.


O grande desafio na pesca do mussum é achar as galerias subterrâneas na planície alagada. Os pescadores utilizam uma espécie de arpão para fisgar o peixe dentro da lama. Muitas vezes o pescador desaparece embaixo d'água – em um exercício de fôlego e muita paciência.

"A pessoa vai correndo a mão no chão, acha um buraquinho e ele está lá dentro", descreve o pescador José de Fátima Martins Francisco.



Carlos Minc deixa ministério com menor taxa de desmatamento da história

Governo conseguiu reverter situação de cidades na lista negra do corte.
Mas, segundo dados da ONU, país ainda é o maior desmatador do mundo.


Em cerimônia oficial realizada nesta quarta-feira (31) em Brasília, o ministro Carlos Minc deixa o cargo na pasta de Meio Ambiente para se concentrar nas eleições que ocorrem em outubro. Candidato a uma vaga como deputado estadual pelo Rio de Janeiro, ele será substituído por Izabella Teixeira, que fez carreira no Ibama e é secretária-executiva do ministério.

Outros nove ministros também deixam o cargo para concorrer às eleições de 2010. No discurso de despedida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a atuação de Carlos Minc no processo de liberação para a construção da futura usina hidrelétrica de Belo Monte, que vai represar parte do Rio Xingu (PA).

Siga o Globo Amazônia no Twitter


A maior floresta tropical do mundo representou uma das principais frentes de trabalho da pasta na gestão de Minc. Na semana passada, na quarta-feira (24), foi
aprovado o projeto de Macrozoneamento Econômico e Ecológico da Amazônia, que preserva obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), mas impõe restrições ao agronegócio na região.

Na sexta-feira (26), Minc conversou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre possíveis doações de novos 12 países ao Fundo Amazônia.


A luta contra o desmatamento também foi destaque entre as ações do ministério sobre a Amazônia. Em fevereiro passado, Minc disse que o corte ilegal na floresta estava em controle pela primeira vez no país. Mesmo assim, entre agosto de 2008 e julho de 2009, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a floresta perdeu 7.008 km², a menor taxa anual desde quando começaram as medições, em 1988. Em outubro e novembro do ano passado, 247,6 km² foram desmatados.


Durante a gestão de Minc, o governo consegui reverter a situação de alguns do municípios que mais ameaçavam a floresta. Paragominas (PA), por exemplo, patrocinou uma reviravolta ambiental e deixou a lista negra do desmatamento, em que ocupava o primeiro lugar. Segundo informou o ministro há cerca de uma semana, dos 43 municípios que compõem a lista (a maioria no Pará e em Mato Grosso), 30 reduziram o desmatamento em mais de 54% em 2009, comparado ao ano anterior. Apesar disso, um relatório divulgado pela FAO, agência da ONU para agricultura e alimentação, aponta que o Brasil ainda registra os maiores índices de desmatamento do mundo.


Conferência do Clima

O compromisso internacional do Brasil em preservar a floresta amazônica foi anunciado pelo governo durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorreu em dezembro passado, em Copenhague, na Dinamarca.

O país se comprometeu a reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões projetadas para 2020. As principais medidas para alcançar a meta se concentram na atividade agropecuária, na indústria de energia e siderurgia e no combate ao desmatamento.


Belo Monte

Antes de deixar o ministério, Minc ainda aprovou, em fevereiro, a licença prévia para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, na região de Altamira, na Amazônia paraense. A obra, cujo orçamento é de R$ 20 bilhões, foi descrita por Minc como a maior e mais polêmica das previstas no PAC. Tanto que a construtora responsável pela obra terá de cumprir 40 exigências de ações socioambientais, orçadas em cerca de R$ 1,5 bilhão.


Nova ministra

Nascida em Brasília, a bióloga Izabella Teixeira subsitui Carlos Minc e assume a liderança na pasta de Meio Ambiente. Atual secretária-executiva do ministério, ela fez carreira no Ibama, onde começou a trabalhar em 1984. Izabella também foi subsecretária de Estado do Meio Ambiente no Rio de Janeiro, entre 2007 e 2008.



INDIOS NO FORUM MUNDIAL SOCIAL - BELEM DO PARA - BRASIL

INDIO NO FORUM MUNDIAL SOCIAL - BELEM DO PARA - BRASIL

INDIOS CAIAPOS NO FORUM MUNDIAL SOCIAL - BELEM DO PARA - BRASIL

INDIO NO FORUM MUNDIAL SOCIAL - BELEM DO PARA - BRASIL

FAMILIA INDIGENA NO FORUM MUNDIAL SOCIAL - BELEM DO PARA - BRASIL