Área também tem extração de madeira e garimpos ilegais.
Traficantes estão brigando por espaço com madeireiros e garimpeiros na terra indígena Alto Turiaçu, no Maranhão. Na área, que tem 5,3 mil quilômetros quadrados – quase o tamanho de Brasília – a polícia encontrou mais de 70 mil pés de maconha, prontos para a colheita.
"Essa região é usada pelos traficantes porque é uma área de difícil acesso numa mata fechada – e é uma área indígena, o que dificulta a ação da polícia", conta o policial Aluísio Mendes. Em um sobrevoo, um garimpo clandestino também foi encontrado.
A área também é alvo de exploração ilegal de madeira. Com o aumento da fiscalização na região de Paragominas (PA) – um dos municípios que mais sofrem com o desmatamento –, madeireiros e donos de serrarias se refugiaram no Maranhão.
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Com isso, quatro municípios entraram no alvo da polícia: Amarante, Buriticupu, Centro do Guilherme e Zé Doca. Nesses locais ficam quase todas as serrarias, a menos de 30 km das aldeias, onde cortam madeira. Investigações apontam que 34 das 36 madeireiras da região usam árvores extraídas ilegalmente das reservas. A região, de tão violenta, é conhecida como “faroeste maranhense”.
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"Neste jogo de forças, o madeireiro vem constantemente desafiando o poder público. O que a gente tem observado é uma dificuldade imensa de fiscalizar, e as fiscalizações, infelizmente, não se dão de forma contínua, periódica", afirma o procurador da República Alexandre Soares.
Para o exterior
Uma parte da madeira que sai da Amazônia vai abastecer indústrias moveleiras fora do Brasil. “Algumas investigações nossas envolvem importadores de madeira. Essa madeira sai, via de regra, pelo Pará e vai alimentar indústrias de móveis na Europa, América do Norte e países asiáticos", explica o delegado Luís André Almeida, da Polícia Federal.
A Funai, que deveria fiscalizar as reservas, não quis gravar entrevista. No Maranhão, as áreas indígenas somam mais de 16 mil km², e são o que ainda resta de floresta amazônica no estado.
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