quarta-feira, 23 de junho de 2010

Barco derrama cerca de 63 mil litros de petróleo em rio da Amazônia peruana

Comunidades ribeirinhas atingidas pelo óleo estão sem água potável.

Segundo empresa, um furo no casco deu origem ao derramamento.

Uma embarcação do consórcio argentino Pluspetrol derramou ao menos 400 barris de petróleo no Rio Marañón (cerca de 63 mil litros do óleo), na Amazônia Peruana, após sofrer um acidente neste fim de semana. O anúncio oficial foi feito pela empresa responsável nesta segunda-feira (21).

O acidente atingiu mais de 28 comunidades ribeirinhas nos distritos de Parinari e Urarinas, segundo reportagem da Radio La Voz de la Selva. Além disso, comunidades também estão sem acesso a água potável, de acordo com informações de um repórter da rádio enviado ao local.

"O governo só trouxe alguns galões pequenos de água que acabaram rapidamente. Todos estão desdesperados. Dois meninos tiveram problemas estomacais porque beberam água do rio", disse Salvador Lavado à rádio.

O chefe regional de Defesa Civil na área do acidente, Robert Falcón, confirmou à agência AFP que vazaram cerca de 400 barris de petróleo no rio. Segundo ele, o tamanho da contaminação ainda não foi determinado.

A quantia de óleo derramado também foi confirmada por Daniel Guerra, porta-voz da Pluspetrol, em entrevista à rádio RPP. Segundo ele, a empresa colocou em ação seu plano de contingência e o derramamento foi controlado.

O barco transportava cerca de 5 mil barris de petróleo e estava no porto de San José de Saramuro, em Loreto, no momento do acidente. O derramamento foi causado por meio de um furo no caso, que ainda é investigado.


Tartarugas da Amazônia se comunicam oralmente, indica pesquisa

Estudo identificou sete sons distintos emitidos pelos animais.

Cientistas usaram microfones submersos para registrar a comunicação.

Pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e divulgada nesta quarta-feira (23) aponta que tartarugas podem se comunicar oralmente. Após dois anos de estudo, o projeto Comunicação Subaquática em Tartarugas da Amazônia, coordenado pelo cientista Richard Carl Vogt, conseguiu identificar sete sons diferentes emitidos pelos animais.

De acordo com informações divulgadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), as tartarugas também são sensíveis aos sons quanto estão embaixo da água. Para chegar a esta conclusão, a equipe realizou experiências em laboratório e em ambientes naturais. Também fizeram testes em regiões com animais em cativeiro, como na cidade de Manacapuru, no Amazonas.

Durante a experiência, os pesquisadores usaram microfones submersos em
piscinas e compararam as gravações com sons registrados na natureza.

Segundo a pesquisa, a "fala" das tartarugas pode ser percebida dentro e fora da água. O processo sonoro, no entanto, é diferente do que ocorre com araras e papagaios, segundo o cientista.

O estudo foi apoiado pelo Ibama e realizado com R$ 45 mil, financiados pela Fapeam.


terça-feira, 22 de junho de 2010

No Pará, Lula critica ‘gringos' que protestam contra usina de Belo Monte

Ele voltou a defender construção de hidrelétrica em evento em Marabá.

'Precisamos mostrar que sabemos cuidar da nossa floresta', disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender na tarde desta segunda-feira (22), em Marabá (PA), a construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu. Durante cerimônia de início da terraplanagem da usina siderúrgica Aços Laminados do Pará, Lula criticou a participação de estrangeiros em protestos contra a hidrelétrica e a tentativa de interferência deles em decisões que envolvem a floresta Amazônica.

“De vez em quando vem um gringo dar palpite sobre o Brasil. Precisamos mostrar ao mundo que ninguém mais do que nós quer cuidar da nossa floresta. Mas ela é nossa. E que gringo nenhum meta o nariz onde não é chamado, porque saberemos cuidar das nossas florestas e do nosso desenvolvimento”, disse.

Em abril o diretor do filme “Avatar”, James Cameron, veio ao país participar de protestos contra Belo Monte. Na ocasião, o cineasta, nascido no Canadá e que mora nos Estados Unidos, disse que a usina de Belo Monte “não é um problema só do Brasil”.

Ele afirmou que iria pedir apoio de congressistas norte-americanos na luta contra o projeto. “Esta não é uma questão só do Brasil, mas do mundo todo. Vou para Washington para conversar com senadores”, disse.

Ainda durante o discurso em Marabá, Lula ressaltou que foram destinados R$ 4 bilhões no projeto da hidrelétrica para preservação ambiental na região do Rio Xingu e compensações à população ribeirinha.

O presidente fez um discurso curto, de seis minutos, e mostrou desconforto com o calor. “Antigamente, se fosse outro governo, o presidente não faria o anúncio debaixo de uma tenda de lona. Está um pouco melhor do que a tenda dos sem terra, mas mesmo assim está muito quente. Nem eu estou aguentando isso aqui”, disse.

Mais cedo nesta terça, em Altamira (PA), Lula participou de um ato em apoio a Belo Monte. Durante o evento, ele afirmou que a construção da usina levará em conta os aspectos ambientais e gerará empregos para a região. “Vamos utilizar energia limpa e preservar o meio ambiente. É meu compromisso”, afirmou.

A hidrelétrica de Belo Monte é alvo de contestação dos movimentos sociais e de ambientalistas. Ambos alegam que os lagos da represa da hidrelétrica vão inundar 30 terras indígenas legais e afetarão um terço do município de Altamira.


Serviço de Proteção aos Índios completa um século de criação

Órgão fez primeiro contato com diversas tribos indígenas.
Museu no RJ guarda relíquias das expedições; veja galeria de fotos.

O Serviço de Proteção aos Índios (SPI), órgão do governo que inaugurou uma nova fase no indigenismo brasileiro e que, no final dos anos 60, foi substituído pela Fundação Nacional do Índio (Funai), completa um século de criação neste domingo (20).

O SPI foi criado em 1910, num cenário em que proliferavam os "bugreiros", famosos matadores de índios, e as mortes por doenças assolavam as aldeias. Há um século, as frentes de expansão penetravam pelo interior do Brasil e os índios eram considerados, então, um entrave ao desenvolvimento.

Movido pelo positivismo do seu primeiro diretor, Marechal Cândido Mariano Rondon, o primeiro objetivo do SPI foi pacificar e integrar os índios à “civilização” para formar mão-de-obra para o país. Não à toa, o SPI surgiu inicialmente como Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais, promovendo a expansão econômica por meio de política educacional e sanitária.

O projeto civilizatório do SPI incluía não só transformar os índios em trabalhadores rurais, como adequar hábitos e costumes das tribos ao mundo branco. Assim, escolas, habitações (“construídas de acordo com a higiene, conforto e aspirações dos índios”, como diz o texto de um de seus filmes históricos) e oficinas de trabalho encerravam aldeias em pequenos espaços de terra.

A ideia era que tudo isso diluiria os índios no todo nacional e, com o tempo, eles deixariam de serem índios, saindo da condição de selvagens para a de civilizados. No anos 30 do século passado, o SPI chegou a ter mais de cem postos indígenas.

Essa história, retrato de uma época, está preservada na forma de uma coleção de valor inestimável - declarada "Memória do Mundo" pela Unesco em 2009 - no Museu do Índio do Rio de Janeiro. São 16 mil fotos, 23 filmes, 133 mapas, aproximadamente 200 mil documentos textuais e 200 peças de arte plumária, cerâmica e ritual.

Assista ao lado à reportagem do Globo Rural sobre os 100 anos do SPI

Um exemplo da importância da coleção foi seu uso no processo de demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

“Tem registros fotográficos, filmes em que mostramos índios carregando os mastros das fronteiras do Brasil, como eles ajudaram a consolidar o território brasileiro”, aponta José Carlos Levinho, diretor do museu.

“E aí foi dito: se eles serviram para isso, eles agora não poderiam deixar também de serem contemplados e terem o direito ao seu território. Foi por isso que o Supremo Tribunal Federal, praticamente por unanimidade, deu direito aos indios da Raposa Serra do Sol à terra deles”, diz Levinho.

Decadência

A política de integrar o índio a um projeto nacional apontava para o fim da diversidade étnica e cultural. Corrupção e denúncias marcaram a decadência administrativa e ideológica do SPI a partir de 1957, culminando com sua extinção em 1967, quando deu lugar à Funai.

Ainda assim, há um consenso de que, mesmo adotando uma política que não reconhecia os índios como povos diferenciados e prevendo a assimilação cultural, o SPI desempenhou um papel importante para a sobrevivência dos povos indígenas no Brasil. Essa “política civilizatória” só muda com a criação do Parque Indígena do Xingu, em 1952.

O SPI teve entre seus funcionários Darcy Ribeiro (responsável pela criação do Museu do Índio, em 1953, ele mesmo recolheu grande parte do acervo material). Darcy fez parte de várias expedições, percorreu regiões inexploradas do Brasil e realizou documentações culturais importantes de vários povos indígenas.

O SPI acabou, mas o acervo do Museu do Índio continua crescendo com a chegada de antigos documentos do extinto órgão encontrados Brasil afora, além de outras peças captadas para suas exposições.

"Hoje temos um programa focado nas línguas e culturas ameaçadas, aquelas que estão em situação bastante critica. E temos todo um trabalho de documentação fazendo com que os índios tornem-se pesquisadores de sua própria cultura", exemplifica.



INDIOS NO FORUM MUNDIAL SOCIAL - BELEM DO PARA - BRASIL

INDIO NO FORUM MUNDIAL SOCIAL - BELEM DO PARA - BRASIL

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INDIO NO FORUM MUNDIAL SOCIAL - BELEM DO PARA - BRASIL

FAMILIA INDIGENA NO FORUM MUNDIAL SOCIAL - BELEM DO PARA - BRASIL